A prática da meditação pode ser perspectivada como um "treino para a felicidade". Independentemente da nossa idade, não há nunca um momento em que não desejemos ser felizes e livres de sofrimento. A felicidade e o sofrimento são opostos, como a luz e a escuridão. Quanto mais felizes nos tornamos, menos sofremos. A felicidade é parte de quem realmente somos, bem como uma competência que podemos cultivar.
De acordo com os ensinamentos de Buda, a felicidade é um estado de espírito e, portanto, as suas causas reais encontram-
se dentro da mente, não nos objectos externos. A felicidade não depende da pura sorte, nem é um favor divino concedido, por capricho, a alguns escolhidos. Não podemos comprar a felicidade, nem mesmo encontrá-la em qualquer lugar que exista fora da mente. No entanto, cada um de nós possui o potencial para ser feliz, e cada um de nós pode tornar-se feliz e ficar feliz. Como? Ao treinar a nossa mente para que ela seja sempre pacífica e positiva.
A meditação é o meio para encontrar e manter a felicidade na nossa mente, e se estamos felizes na nossa mente, estamos felizes em todos os lugares. A palavra tibetana para meditação é "gom", que literalmente significa "familiarizar."Com o que estamos a familiarizar? Com os estados que são benéficos: concentração, compreensão, compaixão correcta, paciência, humildade, perseverança, etc, ou seja, com os estados mentais positivos que nos fazem felizes. De acordo com essa explicação, a meditação não é algo que simplesmente se faça numa almofada, mas durante todo o curso das nossas vidas.
Como um médico, Buda identificou os estados da mente saudáveis, produtivos que nos fazem tranquilos, contentes, felizes, ou bem-aventurados e os estados insalubres, contraproducentes da mente (ou “delírios”) que nos fazem ansiosos, descontentes, infelizes e deprimidos. Exemplos de mentes positivas são o amor, a compaixão, paciência, bondade e sabedoria. Exemplos de ilusões são "os três venenos mentais" de raiva, apego e ignorância.
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