As teorias convencionais sobre as bases neuronais da consciência e da percepção consideram as experiências de distorção do tempo uma ilusão.4
No entanto, há boas razões para considerar estes relatos subjectivos excepcionais de forma séria, independentemente do quão difícil possam parecer, já que há relatos semelhantes que têm vindo a ser registados por milénios em diferentes culturas. Por exemplo, a consciência não-dual é semelhante ao estado subjectivo chamado de Samyama no Yoga Sutras de Patanjali, um manuscrito do século II a.c. 5
Patanjali escreveu que aqueles que alcançam a estabilidade no samyama poderiam experimentar habilidades mentais extraordinárias, uma das quais foi descrita como a capacidade de perceber, simultaneamente, passado, presente e futuro. Embora seja imprudente levar estas reivindicações antigas em consideração apenas pelo seu valor facial, é de salientar que um crescente corpo de dados empíricos mostram que alguns meditadores avançados têm capacidades que se julgava ser categoricamente impossíveis de alcançar. 6 Exemplos incluem o controlo voluntário do sistema nervoso autónomo, a inibição da resposta de sobressalto (startle), controlo de rivalidade binocular e cegueira induzida pelo movimento, controlo da dor, a lucidez durante o sono e estados de sonho, atenção selectiva e sustentada. 7, 8, 9, 10, 11, 12 e 13
Referências Bibliográficas
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11. Mason LI, Alexander CN, Travis FT et al. (1997) Electrophysiological correlates of higher states of consciousness during sleep in longterm practitioners of the Transcendental Meditation program. Sleep, 20:102-110.
12. Mason LI, Orme-Johnson DW (2010). Transcendental consciousness wakes up in dreaming and deep sleep. International Journal Dream Research, 3: 28-32.
13. Peper E, Wilson VE, Gunkelman J et al. (2006) Tongue piercing by a Yogi: QEEG observations. Applied Psychophysiology Biofeedback, 31: 331-338.
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