Os investigadores do departamento de Ciências Psicológicas e do Cérebro na Universidade da Califórnia, Santa Barbara, têm vindo a estudar a relação entre mindfulness e a divagação mental, ou a tendência para deixar as nossas mentes se afastarem para pensamentos não relacionados com a tarefa.
"Nós já demonstramos que a mente distraída subjaz numa variedade de testes de desempenho, incluindo a capacidade de memorização e de inteligência", afirmou Michael D. Mrazek, um estudante de pós-graduação, a trabalhar com Jonathan W. Schooler, um professor universitário de psicologia que estuda os impactos e implicações da divagação mental e da atenção.
Para a investigação recorreu-se a uma amostra de 48 alunos da Universidade da Califórnia, aos quais foi ventilado que seria um estudo para melhorar o desempenho cognitivo. Cada aluno foi avaliado na capacidade de memorização, divagação mental e desempenho num teste de leitura e de compreensão.
Metade do grupo foi aleatoriamente dividido para participar num programa de nutrição, onde se educou sobre a alimentação saudável e lhes foi pedido para manter um diário alimentar diário.
O outro grupo teve um treino próximo do programa de redução de stress baseado em mindfulness, que normalmente se reúne uma vez por semana, durante oito sessões. No regime de Santa Barbara, os alunos, reuniram-se quatro dias por semana, durante duas semanas e não foram obrigados a dedicar tanto prática formal fora das sessões.
Mas no geral, o grupo invocou os pilares seculares da prática, incluindo o sentar numa postura erecta, com as pernas cruzadas, o olhar focado, exercícios de respiração e "minimizando as distracções das preocupações do passado e do futuro, reformulando-as como projecções mentais que ocorrem no momento presente”.
Decorrias duas semanas, os alunos foram reavaliados. Os resultados do grupo de nutrição não se alteram. Os participantes do grupo que fez o treino da mente, no entanto, apresentaram uma mente menos distraída e tiveram melhor desempenho em testes de memorização, de compreensão e de leitura.
Richard J. Davidson, professor de psicologia e psiquiatria da Universidade de Wisconsin-Madison, que estuda o funcionamento do cérebro, a longo prazo e a novatos, de praticantes de meditação mindfulness, ofereceu esta analogia: "Podemos melhorar a relação sinal-ruído, reduzindo o ruído. Diminuir as distracções da mente está-se a reduzir o ruído".
"Um tipo de treino que pode ajudar a evitar a susceptibilidade a preocupações, ou outras fontes de divagação mental, poderia, em muito, melhorar o desempenho académico", disse Nelson Cowan, professor da Universidade de Missouri, que é especializado no estudo da capacidade de memorização e atenção.
Vários investigadores da Univerisade de Santa Barbara, recentemente, também trabalharam com estudantes do ensino secundário para ver se os resultados podem ser repetidos. Mas o professor de psicologia David Z. Hambrick da Universidade do Estado de Michigan questionou por quanto tempo os efeitos de um programa de treino de meditação mindfulness de apenas duas semanas irá durar.
O professor Davidson, que tem estudado os monges budistas com mais de 34 mil horas de meditação ao longo das suas vidas, disse: "Se as pessoas que estão fora de forma praticam duas semanas de exercício físico, irá assistir-se a algum benefício. Mas, se pararem de se exercitar os benefícios não persistirão".
Adaptado de: http://well.blogs.nytimes.com/2013/04/03/how-meditation-might-boost-your-test-scores/
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