o Budismo existe uma variedade de técnicas que são usadas para melhorar a estabilidade e a clareza da atenção, levando a um estado conhecido como “quiescência meditativa” ou tranquilidade (ou em sânscrito, shamatha). A prática envolve o cultivo, em sequência, das qualidades mentais de relaxamento, estabilidade da atenção e clareza da atenção.
O relaxamento é o primeiro passo necessário para combater as tensões que derivam do intenso foco mental. É induzido ao dirigir a atenção à nossa respiração, bem como através do estabelecimento de um contexto de confiança e de motivação altruísta, que contraria qualquer stresse relacionado com a ambição pessoal na prática.
Tendo chegado a um estado de relaxamento, o praticante trabalha para melhorar a estabilidade da atenção, concentrando a atenção, à vontade, continuamente num único objecto, seja físico ou imaginado, sem a distração de pensamentos errantes. Quando a mente se aquieta desta forma, uma sensação de paz e calma interior surge, livre da agitação do incessante diálogo interior.
Em seguida, com o controlo aperfeiçoado que a estabilidade oferece, cultiva-se a clareza da atenção. O objectivo nesta fase é perceber ou visionar o objecto da sua atenção com o aumento da vivacidade e acuidade dos detalhes, contrariando activamente a tendência de embotamento quando a atenção recai sobre um objecto por um período prolongado de tempo.
No Budismo Tibetano, o objecto de atenção escolhido é, muitas vezes, a visualização envolvendo imagens mentais elaboradamente detalhadas. Este tipo de prática, de uma forma ou de outra, com ou sem a componente das visualizações, é comum à maioria das escolas de Budismo na Ásia e é também encontrada em tradições contemplativas Asiáticas não-Budistas.
Tal como é ensinado em contexto Budista, o principal objectivo de tal prática é fazer com que a mente seja uma ferramenta mais facilmente gerível: aplicar as próprias competências da optimização atencional no ganho de insight sobre a natureza da mente e de outros aspectos do mundo da experiência humana.
Este estado de “quiescência meditativa”, que em estágios avançados é acompanhado pela retirada dos sentidos físicos, também é visto como intrinsecamente benéfico. Os manuais de meditação Tibetano tradicionais afirmam que, além de melhorar a saúde psicológica, em qualquer nível da prática, o culminar da “quiescência meditativa” – a sua realização no mais alto nível de competências atencionais – também traz, alterações fisiológicas altamente benéficas e distintas.
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