O conceito latino de conscientia é a raiz original a partir da qual todas as terminologias posteriores em Inglês e as línguas românicas se desenvolveram. Este por sua vez é derivado de cum ("com", "junto") e scire ("saber").
Na antiguidade clássica, assim como na filosofia escolástica da Idade Média Cristã, conscientia normalmente referia-se tanto à consciência moral ou ao conhecimento compartilhado por determinados grupos de pessoas, mais comunmente de ideias morais. Curiosamente, ser verdadeiramente consciente estava ligado a uma visão moral. (Não é uma bela ideia? Tornar-se consciente, no verdadeiro sentido, pode estar relacionado com a consciência moral?
Em qualquer caso, muitas das teorias clássicas afirmavam que tornar-se consciente tinha a ver com a instalação de um observador ideal na mente, um testemunho interior fornecendo orientação moral, bem como um conhecimento oculto, inteiramente privado, sobre o conteúdo dos seus estados mentais.
A consciência conecta os seus pensamentos com as suas acções, submetendo-as ao julgamento moral do observador ideal. O que quer que possamos pensar sobre essas primeiras teorias da consciência, elas certamente possuíam uma profundidade filosófica e de grande beleza: a consciência era um espaço interno proporcionando um ponto de contacto entre o ser humano real e o ideal, o único espaço em que poderia estar junto com Deus, mesmo antes da morte.
Desde a época de René Descartes (1596-1650), no entanto, a interpretação filosófica da conscientia simplesmente como conhecimento de ordem superior dos estados mentais começou a predominar.
A segunda informação importante parece ser a noção de integração: a consciência é o que liga as coisas num todo compreensivo e simultâneo. Se o fluxo de informações dos seus órgãos sensoriais é unificado, você experimenta o mundo. Se os seus sentidos se separam você perderia a consciência.
Filósofos como Immanuel Kant ou Franz Brentano teorizaram sobre essa "unidade da consciência": o que exactamente é que, em cada ponto único no tempo, combina todas as diferentes partes da sua experiência consciente numa única realidade?
Hoje, é interessante notar que a primeira visão essencial - saber que você sabe alguma coisa - é principalmente discutida na filosofia da mente 2, ao passo que a neurociência da consciência se concentra no problema da integração: como as características dos objectos estão unidas.
Mas, no processo de estudo e investigação, podemos descobrir como essas duas questões essenciais - a versão top-down, discutida na filosofia da mente e a versão bottom-up, discutida nas neurociências - são dois lados da mesma moeda.
Bibliografia
2. Hobson J.A., Pace-Schott E.F., Stickgold R. (2000). Dreaming and the brain: toward a cognitive neuroscience of conscious states. Behavioral Brain Science,23(6),793–842.
Revonsuo, A. (2006). Inner Presence: Consciousness as a Biological Phenomenon. Cambridge, MA: MIT Press.
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