Quase tudo o que vemos é rotulado e categorizado pela mente. Reagimos a tudo o que experimentamos e que pensamos que é bom ou mau para nós. Algumas coisas, pessoas e eventos são julgados como "bons" porque nos fazem sentir bem, por algum motivo. Outros são igualmente rapidamente condenados como "maus", porque eles fazem-nos sentir mal. O restante é classificado como "neutro", porque não consideramos que tem muita relevância. Coisas neutras, pessoas e eventos são quase completamente atirados para fora da nossa consciência. Geralmente, prestar atenção a esta categoria neutra é considerada como o ato mais aborrecido.
Ao praticar a atenção plena, é importante reconhecermos essa qualidade de julgamento da mente quando ela emerge e assumirmos intencionalmente a posição de uma testemunha imparcial, lembrando-nos apenas de observá-la. Quando encontramos a mente a julgar, não temos que parar de fazer isso. Tudo o que é necessário é ter consciência de que isso está a acontecer. Não há necessidade de julgar o julgamento e tornar as coisas ainda mais complicadas para nós mesmo.
Como exemplo, imaginar que estamos a praticar a observação à nossa respiração. Num determinado momento, a nossa mente começa um diálogo interno: "Isto é aborrecido", ou "Isto não está a funcionar", ou "Eu não consigo praticar isto". Estes são julgamentos. Quando eles vierem à nossa mente, é muito importante reconhecê-los como pensamentos críticos e lembrar que a prática envolve suspender o julgamento e apenas observar o que vem à tona, incluindo os nossos próprios pensamentos avaliadores, sem persegui-los ou agir sobre eles de qualquer maneira. De seguida, continuar com a observação à nossa respiração.
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