Tornarmo-nos conscientes de que nós somos os criadores da história, formando o significado dos acontecimentos que constroem o sentido da vida, pode, assim, reformatar o pensamento. A capacidade de nos afastarmos dos pensamentos, para realmente pensar sobre o processo de pensamento é fundamental na terapia cognitiva. A prática regular de meditação talvez seja a melhor forma de terapia cognitiva que existe. Mesmo a curto prazo são evidentes modificações positivas, como sejam o abrandamento dos pensamentos compulsivos/obsessivos, tidos como normais, o desenvolvimento de um Eu não participante que observa os eventos sem julgamento, mas plenamente presente.
Muitos de nós faria qualquer coisa para evitar estar errado. Mas, e se estivermos errados sobre isso? A "Errologista" Kathryn Schulz apresenta um convincente argumento para não apenas admitirmos mas também abraçarmos a nossa falibilidade. Numa excelente discussão sobre o estar errado, Kathryn Schulz afirma: "O milagre da nossa mente não é que ser possível ver o mundo como ele é. Mas que possamos ver o mundo como ele não é. O ponto de sua palestra é que muitas vezes não estamos apenas errados, mas completamente inconscientes dos nossos erros. Ela agarra a ideia de que a realidade é filtrada através das percepções e preconceitos, sendo distorcida, mas acreditando-se ser verdadeira.
Resumindo, será importante estarmos conscientes de que a nossa visão da realidade é enormemente subjectiva e que por isso mesmo erramos constantemente. Poderemos perspectivar, então, os nossos erros e os erros alheios num enquadramento de compreensão, aceitação e de negociação compassiva. A prática meditativa ajuda-nos neste processo, ao diminuir os obstáculos perceptivos e ao tornar a nossa visão do mundo mais clara e mais pacífica.
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