O objectivo de meditar, a existir, será ver as coisas como elas são, para ter a noção do mundo como ele é. A meditação é uma forma de nos conectarmos à nossa própria consciência mais elevada. Este é o 'Self' real que pode observar os pensamentos, as emoções e o corpo físico. A meditação ensina-nos que as nossas acções e reacções são apenas isso, nada mais. Preconceitos e pressupostos não precisam de ser o centro, nem são os parâmetros finais de uma situação. Podemos tornar-nos mais flexíveis, suspendendo as suposições. A meditação regular trará momentos de consciência plena, sem as limitações dos preconceitos.
A meditação é o método que permite uma experiência única: a corrente de pensamento acalma, a consciência torna-se clara, vazia, a atenção plena é a cada momento, no presente. Trata-se de uma visão optimista sobre o potencial humano, uma vez que todas as pessoas têm a capacidade latente de atingirem este estado.
A meditação é um momento para nos sentarmos em silêncio, aparentemente sem fazer nada. Nas culturas ocidentais, sentar em silêncio e não fazer nada pode ser visto como um desperdício de tempo. Como pode qualquer coisa significativa ser realizado por não fazer nada? Ou está realmente a não fazer-se nada? As respostas a essas perguntas exigem uma mudança de perspectiva. Quando estamos dispostos a experimentar essa mudança um novo mundo de possibilidades abre-se.
Quando meditamos acabamos por diminuir todos os pensamentos habituais e actividades que preenchem as nossas vidas. À medida que aprendemos a acalmar os nossos pensamentos, começamos a perceber claramente uma nova perspectiva. Entramos em contacto com uma parte mais profunda de nós mesmos. Todos somos dotados de uma mente que é clara, pura e profunda. Isto é o que os mestres Budistas chamam a verdadeira natureza. Ela já está lá, dentro de cada um, mas geralmente não percebemos porque estamos sempre tão ocupados, sendo impelidos e levados pelos nossos pensamentos e desejos.
A meditação é uma ferramenta capaz de nos ensinar a voltar à nossa experiência mais profunda, resultando numa intensa sensação de calma e confiança, que não será abalada. À medida que as pessoas ficam mais acostumadas com a prática meditativa, elas percebem que o que parecia uma não actividade possui intrinsecamente o seu próprio tipo de actividade. A meditação permite-nos estar plenamente envolvidos na vida quotidiana e ao mesmo tempo permanecer plenamente conscientes. Trata-se de uma maneira de sintonizarmos as nossas melhores capacidades para um funcionamento saudável.
No Ocidente, temos a tendência de pensar na natureza como algo externo a prever e a controlar. A ciência tenta entender as forças da natureza e aproveitá-los para o benefício da humanidade. A meditação permite ver a natureza como algo a nos conectarmos e a fluir juntamente. Através da natureza experimentamos o nosso próprio ser natural. Quando estamos verdadeiramente em sintonia com a natureza, ela está sempre lá, acessível e esperando pacientemente. Basta caminhar numa floresta, escalar uma montanha, ou visitar a praia e instintivamente sentimos alguma comoção interna.
Através da meditação vem a aceitação e a consciência da inter-relação íntima de todas as coisas. Ao desvalorizarmos o self, como um ego separado, cada um de nós deixa de ser um ente isolado que vive sozinho na sua própria pele. Entra-se numa parceria activa com o mundo. Ao entendermos essa relação podemos estar em paz e encontrar a tranquilidade onde quer que estejamos.
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